12 dezembro 2006

O chamado, volta... e eu aqui!



Atrai-me a arte das simples ideias,
o cozinhar de cada palavra:
a prosa, uma refeição tecida nas colmeias;
a poesia, um doce para que o coração se abra.

Sendo acidental o bem escrever,
é certo, que há um movimento na alma,
nem sempre um movimento intímo.
Manifesta-se com ritmo
(aquele que acalma
nos embala e dá prazer).

Como um músico
procuro mais... para criar.
Viver sendo sincero, a amar!
Para quê fingir num mundo único.

05 dezembro 2006

Teia de Paixão



Quero-te chamar para junto de mim,
Acordar-te para o desconhecido que mereces,
Fundar os nossos alicerces,
Partirmos juntos enfim.

Na noite espero pela tua voz,
No dia corro encoberta para te alcançar.
Quero deixar-te conquistar,
Num fingimento algoz!

Libertava-me Se fosse possível!
Os Se, voltam a sobrepor-se à vontade
Como Se a realidade
De nada bastasse para nos guiar no invisível.

Que mundo é este que nos rodeia,
Oprime e afasta.
O nada que é tudo numa teia
Que nos aprisiona de forma nefasta.

08 novembro 2006

Qual é o teu sonho de menina?



Repetes palavras
Entre fardos enfadonhos
De um destino tristonho.
Sem referência procuras o pedido,
Partilhar um vazio sem dor!

Se um sorriso bastasse
Talvez acreditasses de novo no amor!
Sonha menina,
Se dentro de ti ainda vive!

Só os sonhos
Permanecerão para lá do fim!
E tu, qual é o teu sonho menina?

01 novembro 2006

“Os outros”




Princípios gastos, onde as matérias são imunes,
Debates distintos sem resposta,
Soluções prejudiciais sem conteúdo,
“Os outros” estão sem valores.

Classificamos comportamentos
Sem vermos “os nossos”.
Abandonamos os corpos e prosseguimos sem sentimento,
Optimistas, despreocupados caminhamos.

“Os outros” inconscientes,
Ambiciosos por um futuro
Recordam misticismos
Sem pensar no presente.

“Os nossos” condenam-se, mergulhando nos receios
Que impedem a reacção.
Descontentes acabam por ficar no mesmo sítio
Sem aceitar as dificuldades, sem combater,
Adormecendo para um futuro.

31 outubro 2006

Destino, ou não...



Procuro-te entre multidões calculadas,
Onde sei que te posso encontrar,
Deixo a certeza para o destino
Sem acaso.

Momentos há em que a vontade de ficar
Nos amarga a partida.

Apenas o nosso sorriso...
Tudo o resto são mentiras onde nos escondemos.

Ao pé de ti, represento.
Ao pé de mim, representas.

Vivemos papeis encenados por convenções,
Papeis que nos afastam da selva
Que te pode levar de mim.

Encarrego o destino
Desta vez sem calculos
De nos juntar...
Ou não...

11 outubro 2006

Adeus Rebanho!



Vou libertar este espirito aprisionado em conveniências sociais.
Ainda há em mim o reflexo de um leão, que se afastem as ovelhas, não vou viver em rebanho!
Libertarei o meu lado selvagem pouco conveniente, pouco social e até pouco obediente, mas serei eu, sem preocupações!

09 outubro 2006

O horizonte azul lembra o começo.



O tempo desfoca os pormenores,
Cegam-nos as luzes que deixamos,
Estamos exaustos...
Não podemos correr!

Inquieta com a questão inoportuna
Toco-te gelada,
Incrédula,
Negativa,
Esquecida dos já frágeis sentimentos.

A imagem da ilha para lá do horizonte,
será miragem!
Onde está o porto seguro onde termina a história?

O fim!
Atormentados paramos,
Contemplamos recordações
Recusando continuar.

Peço uma dádiva...
Aguardo-a!

Daquela vez ao Luar






Daquela vez ao luar
Jurei amor.

Daquela vez ao luar
Juraste para sempre.

Hoje, a lua não vi,
Apenas senti a presença.

Assim será,
Sentiremos!

30 setembro 2006

Acto I


Um acto teatral onde os personagens
Vão abandonando a sala
Como se desistissem do seu próprio fim.

No palco, as deixas repetem-se,
Há a necessidade de continuar a acreditar,
Tenho de falar, deixar o meu texto continuar.

Tradições que se tentam justificar
Na sedução do pensamento fácil, fútil.
O perder de uns, o tolerar de uns, a minha ilusão!

Um, dois... o sinal da campainha!
Termina o intervalo do tempo,
Procura-se conhecer enfim o tão aguardado, fim!

Passou?



Num sonho bebemos o encanto da magia,
Lutamos!
Agora, debato-me pelo que deixaste de mim,
Reconstruo!

Encontros pedem mais de mim,
Tu já não estás...

(Triste a vontade que me sacode a mente,
chamar-te!)

Vontade de... mudar padrões,
Abrir a porta de um novo mundo.
Fugir do conhecido,
Do que está em mim.

Amo demasiado...

A cidade (um Porto de emoções fortes),
O cheiro da terra em dias chuvosos,
Os abraços dos meus amigos sentidos,
O amor da melhor família (a minha),
O dia-a-dia da profissional bem sucedida,
O que passou,
O passado que ficou...
O que sinto,
Acaricio,
Mimo e cuido.

Se um dia acordar
Guardarei este passado,
Viverei com vontade de amar de novo.

Para além de nós




Algo está em mim
Habita-me
Corrói-me,
Destrói.

Corre no sangue
Suja-me a alma
Petrifica-me os desejos,
A crença.

Quero o brilho!

Fecho-me no buraco negro
Sem te deixar entrar.

Espero que me descubras
No acaso inexistente,
Na vida.

Não há tempo.
Não há destino.

Há a nossa vida.
O que havemos de viver?

Que é que me magoa
Impede de seguir
De te encontrar?

Aprisiono-me em ordens
Que me entopem a mente.
Se a soubesse calar!
Se te soubesse encontrar.

Os ses de sempre...

Estes prolongam-se para além de nós.

11 setembro 2006

Setembro 11



Caminho exaustivo este até ao fim
Desconheço o que irá mudar,
O que vai acabar.

Sinto que posso ir confiante
Poderá ser minha loucura,
Poderá ser !

Mais louca seria se conseguisse adormecer
Nos destroços
Dos meus sonhos.
Mais louca seria se não acordasse
Para viver.

Seguirei a minha intuição
Irei até onde as minhas forças chegarem.

06 setembro 2006

Tudo tem fim


Subo os degraus da escada,
Rodo a chave na porta,
Sorrio como se encontrasse
A fórmula de bem-estar.

Estou mais sensível,
Será da lua?
Descalço-me virando as costas
A mais um dia...
Vou despindo-me até à cozinha
Há vontade de me servir um agrado,
Premiar, sobrevivi.

Escolho o mais elegante copo
Observo a garrafa de Monte Velho
Desejando-a como não imaginei ser capaz
Surpreendendo-me...

São as dores de cabeça
Que me trazem de volta
Rendida pouso o copo.
Que se aqueça água para o chá.

O toque, a mensagem:
“Queria muito poder ver-te, abraçar-te...
Porque me negas isso desde que voltei?!
Porque nem sequer me contas o que se passa contigo
E me despachas com um
“ a minha vida está um caos, agora não?!”
Sinto a tua falta.
Se não queres que mensage mais diz-me eu desapareço.”

Lunática,
Será esta a influência?
Defino Gotan Project como banda sonora
Que se despeça este dia!
Estou desesperada pela chegada do novo dia!
Até quando mais?!
Que mais poderei ouvir?
Que mais poderei ler?
Que mais poderei sofrer?
Que mais perderei?
Tudo termina, tudo tem fim!

04 setembro 2006

Arrumado!



Porque hoje não é um bom dia para amar...
Acordo para tentar arrumar a minha vida
Na decisão começo no quarto
Procuro espaço para uma nova era.

Mil e um objectos de decoração
Comprados, oferecidos, todos com imensas funções.
Hoje, alinho-os apenas com uma finalidade
A despedida! É lixo o seu fim!

Assim vou arrumando definitivamente
Sempre com a certeza de não voltar a ver.

Há blocos por escrever, canetas por gastar...
Como se faltasse sempre viver um último momento,
O fim!

Adiei promessas de um dia voltar
Demasiado tempo.
Preferi partir para novas páginas, novos cadernos
E deixar para um dia regressar.

Da arrumação resultam sacos de memórias,
O resumo de uma fase da vida.
Em que o melhor é lixo,
O pior esqueci sem deixar recordações.

Acumulei demasiado por querer voltar,
Talvez para o fim!
Hoje, há mais espaço.
Estou liberta, com vontade de viver
E preencher todos os espaços vazios.

28 agosto 2006

Dança da Seduçao



A febre trouxe-me a lucidez
De cama vejo navios passarem.
Enquanto velejo
Aprendo a compreender a maré.

Um mau estar consome-me
Mas ainda há forças para esta dança.

Mudemos este primeiro passo
Que não seja amor!
Improvisemos um melodioso ritmo
Para dar início à dança da sedução.

Ilusão será amor,
Mágica será a dança da atracção!

Jurei amar em demasiados palcos
Como se certos ritmos
Pedissem esse passo acrobático.

Era necessário acreditar.

Agora o vento sacode-me a memória
Criando a necessidade de arriscar,
Criando a vontade de dançar.

Preciso de encontrar um novo par
Porque do passado só restam sombras...
Que a luz me ilumine de bem alto
Para que não seja possível delas me aproximar!

Extremos Parecidos



Descalça sinto o calor da terra debaixo de mim
É a humidade que define o relevo indefinido.

Sem descartar uma única opção
Estou estranhamente dividida
Intocada, aprisionada na hesitação dos velhos se...

Sem voz para um sim
Ou talvez não.

Não há uma opção sentida
Tudo é uma farsa fingida,
Onde o impasse criado
Prolonga apenas no tempo o condenado.

A intuição substituirá a razão
Na decisão pelos extremos
Vou seguir o coração.

23 agosto 2006

Um só dia!


Momentos de desejo, emoção,
Toques que percorreram a pele
Acariciando a alma arrefecida.

A conquista simples, sentida,
Profunda mas não pura!

A vontade de dominar
Intensificando o chamado,
O apelo constante da natureza.

A força que aproximou os nossos olhares,
Os nossos corpos...
Como se algo meu estivesse aí,
Em ti!

Depois o destino!
O tempo que passou
Sem te querer ouvir.

A persistência trouxe-te até mim
Para me veres partir!

Corações despedaçados
Esqueceram-se do que era amar.

O futuro condenou-nos a ausência do presente!

Se vivêssemos um dia com sinceridade.

Um só dia poderia alimentar tamanha dor?

No Vazio


Perdida no vazio,
Desorientada e até assustada
(Sem direcção).
Prossigo sem saber como é o início.
Estados potenciais, opções, possibilidades,
Há um universo que anseia ser criado.

Mergulho no silêncio
(entre as palavras que imergem e os desejos submersos).
Atenta à expiração e inspiração
Deixo-me a descompensar no vazio.
Relaxo.

Guardo o meu tesouro,
As palavras...

Começo a conhecer-me a saber mais do meu corpo.

O que há para lá deste vazio?

Há algo a nascer dentro de mim!

19 agosto 2006

Parabéns Amiga

Se há dias que merecem ser comemorados, um deles é, sem dúvida, aquele em que festejamos o facto de estarmos Vivos!
Para Ti,minha amiga, vão os nossos aplausos por teres nascido e seres a Pessoa que És!!!
Os caminhos da vida são feitos de encontros e desencontros, alegrias e desilusões mas, o que mais importa é que de todos eles saibamos tirar uma lição que nos ajude a continuar em frente com força, coragem e sobretudo Amor!
Como se costuma dizer nestes dias, em que sempre existem frases já produzidas para tal, são estes os sinceros votos dos teus amigos e companheiros da Bloguesfera, Alma Nova, Kolmi e Sniqper.
Mas como não poderia deixar de ser o sniqper teria de contestar essa situação, como tal eis as palavras do Dono Da Verdade...
A vida minha querida amiga é feita de estranhos caminhos, por vezes eles cruzam-se com os nossos, talvez como um aviso, ou mesmo porque chegou a hora de olharmos e vermos que a estrada que estamos a percorrer não será a ideial. Muitos chamam a isso o destino, eu como não poderia deixar de ser chamo-lhe uma nova oportunidade.
Todos Nós desejamos que este dia seja para Ti o início de uma nova estrada, que te leve por um caminho melhor, e te conduza ao que vida possui de melhor, O Amor...
Com ele por perto tudo o resto são problemas insignificantes, porque só ele consegue fazer com que cada dia por mais sombrio que pareça se transforme num dia único.
Beijitos dos teus amigos Alma Nova, Kolmi e Snipqer.

16 agosto 2006

É Urgente Pensar


É na complexidade do pensamento e do acto de pensar que reflicto sobre o processo de determinar percursos, direcções e caminhos.
Pensar é muitas vezes entendido como uma forma de perder tempo, mas há passos que só podem ser dados a partir do pensamento.
Na procura por um resultado temos de ultrapassar certos estádios, muitos podem-nos provocar dor, mas isso não nos deve afastar do pensamento nem o congelar com o esquecimento. Há que entender o acto de pensar como algo trabalhoso mas necessário para a felicidade.
Pensar bem é difícil e exige combater os pensamentos simplistas na análise das questões da vida para assim as resolver. Nesta batalha os principais inimigos serão os pecados cristãos (a preguiça, o medo e o orgulho), isto nos impedirá de alcançarmos o que mais desejamos.
Viver é aprender e com isso crescer!
É urgente pensar!
Apagar o esquecimento e trazer de volta as velhas questões à mente, ou talvez os desejos...
Penso!
Penso no que desejo!

Penso que todos os humanos se enganam ao colocar falsos desejos e tentarem esquecer o que realmente querem.


“Os desejos de sermos acarinhados, de que cuidem de nós sem qualquer esforço da nossa parte, de ficarmos à guarda de pessoas mais fortes, que se interessem por nós do fundo do coração.”
(M. Scott Peck, O Caminho Menos Percorrido E Mais Além)

11 agosto 2006

A Cinderela


(A criança que caiu do mundo encantado do era uma vez!)

O Príncipe havia voltado e nos seus olhos trazia muito para dizer...

Um mundo diferente, um modo de vida amaldiçoado que por entre palavras foi apagando o colorido dos bosques e dando lugar ao cinzento da cidade, à poluição mental.

O Castelo Encantado nunca existira, tinha sido fruto da ilusão da paixão.

E o Amor?

O Príncipe Sapo não possuía o coração puro para Amar.

Ao fim de horas a ouvir o seu olhar, ele disse tudo:

“Eu estive perto de te Amar
Já não sei lá voltar!
Sinto-me perdido neste vale
Sem saber o que existe para lá daquela montanha.”

Príncipe,
Amar é voar mais alto e do alto de todas as montanhas apenas ver o seu amor!

08 agosto 2006

Estranhos “amiguinhos” teimam em aparecer!



É pela manhã quando os grilos se calam que o despertador obriga-me a acordar, altura propícia para a caçada matinal. Se durante dias no campo procurava entender que tipo de insectos poderiam passar a rede mosquiteira, actualmente pergunto o que há em mim?
Se calhar foi por ter começado a comer bolo de chocolate?
Pouco provável!
Todas os dias acordo para a caça, bichinhos estranhos e de todas as cores vão aparecendo (no quarto, na sala e principalmente na casa de banho). Pequenas presenças de olhos bem arregalados observam-me com ar ameaçador.
Acho até que já me habituei à ideia - aquele campismo tornou-me outra pessoa!
Se antigamente gritava e gesticulava rocha de medo à primeira aranha, agora já tenho os lenços de papel à mão e parto confiante para encurralar o bicho que se segue.
Hoje o pior foi um gafanhoto saltitante, mas nem emiti sons quando o esborrachei, estou orgulhosa!
Agora, que ninguém me diga para os mandar para o jardim, porque eles vieram de lá!
Se o vizinho nada faz para destruir o jardim, ou os animais no jardim, eu é que não tenho de levar com eles (chega de estranhas companhias). No dia em que quiser um animal verde em casa eu mesmo escolho.
Isto já é quase terapia e um dia ainda esborracho o vizinho!

Chuva de Verão



Percalços
Responsabilidades incompreendidas
Apelos permanentes dos outros.
E eu!
Desencorajada
Deito-me ao sol
Serena (sorrio-me).

Mudanças que tardam
Só a auto-estima se deixa brilhar.
Provas... o mundo quer algo de mim
Discussões, birras mimadas,
Desafios que desaguam em surpresas.

O caminho é o oposto
A solução desconheço.
Estou forte e independente.
Que o mundo caia, se tiver de cair...

Pessoas, pessoas e mais pessoas
Sonhos
Objectivos
Hoje não!
Não me preocupo!
Pacientemente dou férias à mente.

Regenero-me com o poder da natureza
Espero respostas
Como “Chuva de Verão”.

Vou de férias meu amor...

07 agosto 2006

Poço Azul



Retorno à prole
Aos espaços do costume
No litoral de mar bravio
Gaivotas que falam de mim em tom de queixume.

Sonhos
Prolongados no tempo
Olhares persistentes
Na angústia da partida no Poço Azul.

Dias de contentamento
Marcados no ritmo da música do mundo.
Sons que libertaram-me o pensamento
Onde só dançavas no silêncio.

No regresso
Voltas,
Chamo por ti
Tu respondes...

AMO-TE

28 julho 2006

It isn’t enough!



When I was listening to your voice
All the dreams came back again,
For a few moments all the dreams became true.

But it isn’t enough!
You don’t belong to me.

It’s not easy to say goodbye!
Especially because you have
The lost key to my heart.

It was always like that…
I should pray to keep the faith
But it isn’t enough!

I can’t trust you again
You choose to live a lie.
I can’t waste more time
I have to go away…

I would be here if you were!
But now, you’re so far from me.

Angels please help me find somebody
To make my dreams come true.
I have to leave you behind.
This love was always out of our control.

25 julho 2006

Dentro de ti!



Provoco o poder de um intelecto enfraquecido
Em noites de boémia para despertar a mente.
Cesso a amargura de um passado
Por um presente em que prescindo da sensibilidade
Experimentando tolerar a dor.

Renuncio de ti
Sacrificando o meu amor...
Arrisco ser apagada numa aventura.

Desnorteada prossigo
Ignorando por onde vou,
Caminho!
Preencho o vazio por estranha confiança.

A estranha convicção de que a intensidade do que vivemos
Será a força deste sentimento.
Tenho a certeza de que há algo meu aí...

Dentro de ti!

19 julho 2006

Um campo de flores



Colorir as palavras
Falar de outros sentimentos,
Trocar a dureza do sofrimento
Pela suavidade da felicidade.

Que coisa insana!
Falar de amor sem dor...

O ser romântico gosta desta mística.
A dança da conquista que atiça
O desejo.

Afinal sem sofrimento
Tudo parece fingimento.

Porque não há ninguém que seja sempre feliz;
Porque o sol não brilha sempre;
Porque o amor nem sempre nos sorri;
Porque a sorte também nos esquece;
Porque às vezes temos de partir;
Porque também se chora enquanto se ri;

Não tenham pena
De quem sofre!

Quem sabe viver a dor
Sabe viver o amor!
Ser feliz todos nós somos em momentos!!!

18 julho 2006

Há noites em que vale apena despertar!




É noite
As horas passam,
Galos anunciam o novo dia.

Como em tantas outras noites
Admiro a beleza das coisas simples:
Como é bela a minha cidade,
A minha rua iluminada.
Do nada surgiram novas construções!

Lá fora, a lua encoberta
Relembra que há vidas adormecidas.
Cores que se apagaram,
Imperceptíveis, minúsculas...

Revejo um passado
Entre a luxuria, o fashion e o VIP.
A tentação em convivio com a alegria...
Fui muito feliz ali.

Sem repressões
Fui verdadeira...

Abandonei um estilo de vida,
Agora presente no sangue que percorre o coração.

Estou ausente das festas,
Da música, do meu mundo...

Acordo todos os dias
A apreciar o novo cenário,
O dia!

Aguardo o calor desse dia,
O brilho do sol.
O bom dia dos pássaros
Por entre os planos do pequeno-almoço.

Ainda sinto falta da luzes,
Da pista de braços no ar,
Da alegria da música.
Da minha energia!

Ainda sinto vontade de brilhar,
Como é escuro este dia.
As pessoas apagam-se com intrigas
E rugas de gélidas expressões.

Oprimida, entre frustados
Busco o meu lugar ao sol,
Procuro o meu brilho inato.

Ficarei assim?
Não se houverem espelhos
E neles puder reflectir.
Irei brilhar do alto!
Irei acordar...

Que me invejem os perseguidos
Porque eu vou triunfar!

Vou acordar para a vida com que sonhei,
Seguir em frente sobre estas barreiras.
Gritarei!
Lutarei!
Correrei!

Quanto aos perseguidos!
Desculpem-me
Porque vou ser verdadeira.

17 julho 2006

Um Novo Dia, Amanha!



Desanimada com o Universo
Procuro na tristeza
O fim.

Sem dormir,
Cansada,
Isolada,
Só me apetece partir.

Corrompi a alma
Com o peso da sociedade.
Sou a prisioneira
Reprimida.

Tudo é profundo,
Submerso…
Extremos que expulsam!

Liberto-me de mascaras,
Imagens e aparências
Na lamaceira que construí.

Sou verdadeira no insulto
Quando grito,
Quando me dou.

Não é o passado destruidor
É o presente que causa tamanha dor.

Vou descansar na criatividade
Chegar à paciência
E conquistar-te!

16 julho 2006

Por ti...



















Pedi por ti
Chamei-te
Desejei-te
E tu...

Falhaste!

Nada pude fazer
Porque tudo o que fizesse
Seria pouco.
Eras tu...

Falhaste!

Esperei por ti
Ignorando a intuição.
Mas tu...

Falhaste!

Disseste tanto
Mas eu sem ouvir
Continuei
Até que tu...

Falhaste!

Sem nada a perder prossigo
Sem ti
Porque tu...

Falhaste!

O outro lado



Envelhecer
É correr para a frente a vida
Ganhar rugas
Sem adormecer.

Persistir no elixir.

Vou do outro lado
Viver o amor

Se ser jovem
É correr por ti
Cansar para te alcançar.

Sorrir é distrair.

Vou do outro lado
Procurar o amor

Se intenso
É o meu canto.

Estás mudo
Então melhor surdo.

Que não ouças
Minha dor.


Vou do outro lado
Chamar pelo amor

26 junho 2006

Deixo-me dispersar no silêncio






















No silêncio disperso-me do real e deixo as palavras virem,
Novas ou talvez não, sentidas ou frias
Elas chegam-me à mente
Apoiam-me, mimam-me, ressuscitam-me.

Saboreio o prazer da escrita
Deixando-as ocupar o seu espaço no papel,
Fixo-as levemente
Abrindo novas linhas, vestindo-as de pontos e exclamações.

Vou colorindo os sentimentos
Soltando ideias que fluem à pele.
Verás que componho uma escrita indestrutível
Que me devolve a expressão.

Assim, corto as cordas com que me prendo,
Quando não quero ir até ti.
Deito-me a observar as minúsculas estrelas e luzinhas
Como se me afundasse no céu.

Vou sem angústias compondo um novo amor
Sem me condenar a nada
Admiro os teus objectos para assim te lembrar.

Calo-me
Que não te guies pela minha voz.
Sou a mulher desabitada que se deixou esvaziar.
Tu não podes ser o amigo
Quero-te longe para não me lembrar que te amo.

24 junho 2006

São João




















É festa na cidade
Há alegria por entre a multidão.
Gerações reunidas à volta da sardinha assada
Que vira e volta a virar em cima do pedaço de pão.

De mãos dadas
Por entre as ruas da avenida,
Corremos o S. João
de martelo e alho-porro na descida.

As freguesias prepararam-se para nos receber
E na paragem para o bailarico, o tintol a aquecer.

Olha o fogo! Vamos ver!
Que espectáculo! Aih! As canas!

Como está lindo o Porto!

Estará mais belo?

Sempre!

Uma cidade que se ilumina de várias as cores!
Onde os balões ao fundo
Nos deixam a nostalgia de um dia ter de partir...

Na manhã arrefecida
É na Foz do Douro e já à beira mar
Que o frio chega.

Há ainda o cheiro a manjerico na brisa
E o das sardinhas nas mãos.

23 junho 2006

Mergulho no Oceano


















Estou em alto mar
Vejo o teu reflexo nas ondas do pensamento
Vais e voltas entre as nuvens deste ar.

Olho-te no vidro de uma garrafa perdida
Enquanto recuso ver-me chorar.
Cá dentro é tudo tão profundo, tão...

Sou doida por me sentar ao teu lado!
Quem não me disse, que me diga:
“Acorda, esse reflexo apenas está em ti.”

Há uma janela aberta ao meu lado!
Invades o meu coração mas não me dás amor.
Acabo com os estilhaços de vidro
E mergulho de vez em mim...

20 junho 2006

Esperar não é viver

























Esperar é uma dor infinita,
É o acto de criar sonhos sem os realizar,
É adiar a vida,
É deixar o que é pelo que poderá ser...

Viver é sorrir ao que amou no seu tempo,
É sorrir a quem nos ama,
É sorrir em busca do novo amante!
É sorrir na procura interminável do amor...

Viver não pode ser esperar...

16 junho 2006
















Afasto maus pensamentos de momentos presentes,
Aguardo o sol de um novo dia.
Na despedida a tormenta
Que a criança não pode entender.
Vou gulosa até ti,
Ainda não acho que mereça.


















Recordo os tempos em que chamava por ti no silêncio
Recordo quando as palavras se sobrepunham
À nossa realidade escura.
Assusta-me pensar em viver sem ti.
Já não é a tua mão que sinto
Mas sou feliz com esta enrolada à cintura.

14 junho 2006

Palavras, apenas simples palavras...




















Há na escrita uma certa esperança,
A responsabilidade de um escritor
É superior à sua própria experiência
Cabe a ele embelezar a dor.

Há vontade de preencher os corações vazios,
Recompor os destruídos,
Aclarar os tristes apagados
Trazer enfim, a vontade de recomeçar.

E quantas vezes o escritor rescreve
Tudo desde o início,
Engane-se quem pense que apagar
Sentimentos, momentos,
É coisa fácil.

Se por vezes sente-se a falha
As palavras essas estão lá
Presentes para recordar.
Saborear com um certo masoquismo
O que passou mas ficou dentro de nós:
Cravado, marcado.

Serve então a poesia para libertar
Estados de sofrimento
Traze-los de volta ao pensamento
Para que se deixem eternizar.

Apenas simples palavras...

05 junho 2006

O calor da vida

Se um dia o teu olhar estiver em mim
Saberei decifrar o sentimento.

É junto ao mar
Que sinto o gosto salgado
Daquelas lágrimas que marcaram o sofrimento.

Revejo as partes em que mereceste o reconhecimento
Pela representação,
Pelo tempo perdido em ensaios para chegares aquela perfeição.

No intervalo da interminável encenação teatral,
Amo-me...
E espero os aplausos, não os teus porque também representaste
Mas os de quem foi levado (ou será levada) por um amontoar de mentiras.

Eu, sou aquela a quem a natureza agrada todos os dias,
O sol cumprimenta-me
E amadurece-me, fazendo-me mais bela.

Bela, se um dia não fui...
Hoje, vejo o reflexo da admirável mulher
Que renasceu em mim.

O mar que me reflecte é o mesmo da maior das estrelas,
O sol...
Brilho e recebo o teu calor.

26 maio 2006






















Do alto do precipício
Sou admirada pelos demais,
Estranhos que querem saber de mim.
Desconhecidos que me observam,
Sem conhecimento e indiferentes
Procuram tudo em mim.

Olhares que me agridem
A transporem para lá do meu corpo,
A alma, a captarem-me a essência.

Agredida pelos estranhos que rodeiam-me
Na avenida.
Estou indefesa à procura da fuga.

Encontro-te...
O inesperado encontro que me traz a esperança,
Contigo desço calmamente até à foz.
Foi aqui que em tempos desaguou o nosso amor.

Talvez ainda haja algo aqui,
Um mar imenso de utopia...

22 maio 2006

Na busca do teu amor




















Propus-me descansar
mas na tristeza de um domingo cinzento
resolvi atender ao teu chamado na busca do teu calor...

Com um abraço te peço para ficares
mas não deixo escaparem-se mais palavras
e fico no silêncio.

Observo o mar
enquanto o sol assim como o nosso amor
se descobre e aquece-me.

Ainda incrédula sinto o teu corpo
junto ao meu num novo entardecer.

Foco nos teus olhos
os obstáculos que nos separam.

Pinto o retrato da nossa história no horizonte,
ficará perfeita...

Ainda nos teus braços sinto
o tempo que passou.
O pesar de um passado negro...
Em que me viste partir...
Em que te vi partir...

Erramos mais que nos amamos
e mesmo assim ainda há tanto dentro de nós.

As nuvens carregadas voltam e eu...
deixo-me esmorecer no cinzento da solidão.

18 maio 2006

Fonte de Luz






















Observo pessoas a caminhar sem destino
Entre calçadas desfeitas por passagens continuas.
Na sombra
Alguns sem rosto esperam.

Há neles vontade de sorrir ao sol
De se mostrarem
No entanto, não o fazem.

É o azul do céu
Que me faz virar costas e seguir.
Há dentro de mim desejo,
Pensamentos presentes
Menos sombrios.

Estou onde estive,
Iluminada sou a luz que
Apaga a sombra em que vives.

15 maio 2006

Ruas que me levam de ti


























Percorri caminhos antigos
Na sedução da nossa lua cheia.

Ruas sem nome, sem cor,
Apagadas pelo tempo
Por entre fachadas escurecidas
Receberam-me sem agrado,
Apenas presentes nas memórias
Dos nossos tempos.

Reencontrei-te sem te reconhecer.
Tu assim como as ruas que percorremos,
Assim como as fachadas
Perdeste o brilho.
Iluminaste apenas as rugas
Que nada marcam de nós.

Reencontro-te enquanto me falava de ti
Mas já não és tu quem vejo.

A música que continua a tocar
Diz-me mais do que sinto.
São as memórias que me embalam
Neste luar...

De ti nada resta,
És o fantasma que me prometeu amar.
Apagaste-te.
Renunciaste a vida.

Comigo está aquela parte de ti,
A tua energia vital,
O teu despertar,
O teu acreditar,
O teu brilho.

Vai, sorrio-te na partida.
Vai pelos caminhos que escolheste.
A mim já não me interessa ficar aqui.
Afinal o melhor de ti
sempre esteve somente dentro de mim.

05 maio 2006

Partitura


























A minha vida é como uma partitura incompleta.
O concerto a que o maestro se esqueceu de ir e
Os músicos tocam todos de improviso.
Por vezes cria-se música...

Na performance improvisada o swing
Compõe-se de alegria e sentimento.
O que vai dentro de mim
Para lá do sofrimento.

Nenhum ciclo de vida está completo
Mas a minha partitura quer ser preenchida
Para lá do silêncio...

Há qualquer coisa de melodia.
Difícil tecer de forma inédita
Esta música.

São muitas influências e atitudes
Que desaguarão em tempo real na partitura,
Ou talvez não!
Talvez desagúem lá e então para recordar
Teremos de preservar aqueles momentos de swing
Presentes... ou passados.

É a intuição em desenvolvimento,
A mente em formação num jogo de perfeição.
Onde só há imprecisão mas não se desafina,

Onde se procura aquela definição.

04 maio 2006

Porque ainda fujo hoje de ti



























Receio ver-te mas ainda te procuro dentro de mim.


Receio falar-te mas ainda ouço a tua voz.

Receio o momento em que te voltarei a ver
mas espero que me vejas.

Quero que saibas que sem ti
vivo mais,
contigo sobrevivia.

Sem ti sou mais feliz...
Estou completa.
Estou livre.

Trocava a nossa realidade
vivida no sufocar de emoções e palavras
pelos meus sonhos íntimos,
neles tu dás-me o que nunca te pedi...
Neles tu amas-me como nunca me amaste.

É bom sonhar... é bom amar.
Longe de ti sou feliz
Nos meus pensamentos
Contigo,

Sem ti.

27 abril 2006

Porque houve um tempo em que nos completamos...




















Gostava de sentir novamente o teu calor antes do fim,
Gostava de te acordar para o nosso dia com um café sobre a mesa,
Uma compota de morango à mistura,
O sol a iluminar-nos,
O rio a correr por entre os teus pés sensíveis.

Apenas a natureza a testemunhar o reencontro,
O momento em que os pássaros cantam mais baixo,
As cores se desfocam
E nós, alí...
Juntos perto do fim.

13 abril 2006

Raízes


























As raízes que me sustentam,
A infância de onde vim
São a minha essência.
Venho daqui, de dentro da natureza.

Cresci a ouvir os sons dos pássaros no alto,
As aguas acariciavam-me os pés nas
Tardes quentes da primavera.

Sempre reconheci a força que brota da mais pequena flor.

São os campos da minha infância
Que me alimentam o pensamento.

Corre em mim o sangue de agricultores sábios,
De quem cedo descobriu de onde vimos e para onde vamos.
(Os ciclos da natureza!)

Assim como no campo o repouso evita a esterilidade,
Eu espero o momento.
A terra fértil precisa
Do tempo certo para o cultivo,
Assim é a vida
Um momento.

Aprendi a entender a vida na natureza
Com os meus avós...
É preciso por vezes esperar para colher o fruto mais saboroso.

A ambição na terra leva à ruptura, à desertificação.
O quanto esperei... para colher a minha primeira maça.
Até hoje sinto aquele gosto verde, ácido que me marcou.

A árvore esquecida deixou de dar frutos
E foi condenada ao fim.
Eu perdi-a!


(dedico estas palavras aos meus avós e a única arvore que plantei)

31 março 2006

Promessa de Amor




Troquei o Sol da manhã
Pelo luar na Serra que te dei a conhecer,
Observo a Cidade que juntos vimos acordar.
O Rio leva a minha Solidão
Até ao Mar que nos separa.

É o luar que nos une por esta noite
É a esta lua imensa que prometi Amar.

30 março 2006

A ti... Que estás em mim!



Entre os sonhos perdidos
Ainda presentes na memória, flutuo.
Aqui amo como amei.
Sou a flor que escolheste no jardim da Praça.

De cor clara como noutros tempos,
Agora apagada por traços de expressão.
Marcas do tempo que passou
(Da dor dentro de mim).

Há caminhos, pontes, monumentos,
Momentos que não me deixam.
Marcam o nosso passado.
Tudo aquilo que está cravado em mim
E me consome.

Traí-me, traí-te...
Não segui o meu coração e fui.

Deixei de lado o coração por achar que ele não via,
Usei os olhos e então deixei de te ver.
Sinto que foi para sempre.

Agora, encontro-te dentro de mim...

No meu coração para sempre!

18 março 2006

Praça Arrefecida

Cadeiras amarelas abandonadas à toa numa praça arrefecida,
Aguardam as nuvens passar,
Aguardam, até ao momento em que brilhará um reflexo no lago gelado.
Deve ainda ser cedo...

Não me apetece esperar, continuo...

Estás numa cidade adormecida por sons mecânicos,
Um ruído de frustração e incompreensão.

Pessoas adormecidas que anseiam amar para renascer
Por uns meses, anos...
O fetiche do parceiro perfeito imperfeito sempre encantado
Que os levará até ao vale do amor,
Para finalmente mudar-lhes a vida para sempre.
Almofadas sustentam vidas cinzentas, sem brilho, sem cor... com dor.

Animais perdidos com rosto baixo, abandonados,
Vagueiam preparados para amar intensivamente o próximo dono.
Ansiosos por uma coleira que lhes dê segurança, estabilidade, equilíbrio...
Que os prenda a vida.
Seres inanimados à procura do reflexo em si do amor.
Sobreviventes sem vida,
Maus amantes, errantes...
Que só não sabem amar-se!

Ah! Se amassem-se!
Iriam acordar...
Iriam ver...
Iriam amar...
Iriam ser amados...
Iriam viver...

07 março 2006

Sofrer




Quis sofrer ao teu lado
despertaste em mim um
Eu interior desconhecido.
Estou completa, é melhor assim.
Surpreendo-me a cada esquina,
vejo tudo diferente, vejo mais,
sinto mais...

Desta vez vou mais longe!
Vou mais alto!

O medo não me impede de sofrer,
apenas de viver...





Lisboa fica linda quando se despede
Do Sol...
No Tejo, o reflexo dos últimos raios do teu calor.
Dá-me vontade de ficar
Por entre os sonhos de um amor esquecido.

Bairro Alto, o Cravo e Canela da vida,
Frágil momentos de amor e esperança.

Só por hoje, o Sol não volta!
Não te posso ter mais aqui...
Recomponho-me,
enrolo-me no xaile aquecido
e serenamente espero o teu sinal de mudança.

26 fevereiro 2006

A procura da entrada




Atormentada procurei as palavras...
A perspectiva é nova, a energia voltou,
troquei as acusações descontentes por momentos diferentes.
Situações em que teria perdido se... mas não perdi.
Pormenores fizeram sempre a diferença,
estiveste sempre presente.
Agora procuro em ti, amor, a porta de saída.
Sei que não me vou cansar na procura.

Preparo-me para o fim, enquanto luto.
Entro nas batalhas de cabeça baixa,
a proteger-me para suportar melhor a perda.
Gostava de poder lutar, mesmo que fosse uma vez...

Iria mostrar-me que também sou capaz de ganhar.
Crio ilusões da luta, ilusões do máximo esforço.
A realidade é que apenas me protejo, desde o início.

Foco a minha atenção no fim, parto com a linha de chegada
na mente, vivo de forma depressiva.
Em função da perda.
Apaguei das memórias as crenças.
Como gostava que me fizesses acreditar!

Ciclos completam-se quando chegam ao fim.
Sei que este é um novo ciclo quero acreditar
que será diferente, mas foi sempre assim!

Sinto-me longe, afastada de mim...
Perdida, sem acreditar mais em ti!
Deixei-te ir, quis o fim...