19 dezembro 2007

Comove





Comove-se no relembrar daqueles dias,
enterrada no sofá dourado,
pede sinceridade
com vontade de voltar.

Os instantes de felicidade
caíram nas lágrimas,
a austeridade da dor
na profundidade do desânimo.
A porta entreaberta negoceia
a sua passagem!

Sem darmos conta vivemos demais...

Um brinde:
A que a vontade de amar seja inextinguível!

07 dezembro 2007

Não vou esquecer!

Muitas coisas se passaram desde que o blog surgiu. Momentos, lágrimas, muitas palavras... também alguma esperança, está tudo aqui! Hoje, não acabo com ele porque é o meu passado, mas vira-se uma página!
Espero nesta nova fase poder manter regularmente contacto,
Até já amigos, estou bem! Estou melhor!!!

09 novembro 2007

Há amores assim

Há amores assim
Que nunca têm início
Muito menos têm fim
Na esquina de uma rua
Ou num banco de jardim
Quando menos esperamos
Há amores assim
Não demores tanto assim
Enquanto espero o céu azul
Cai a chuva sobre mim
Não me importo com mais nada
Se és direito ou o avesso
Se tu fores o meu final
Eu serei o teu começo
Não vou ganhar
Nem perder
Nem me lamentar
Estou pronta a saltar
De cabeça contra o mar
Não vou medir
Nem julgar
Eu quero arriscar
Tenho encontro marcado
Sem tempo nem lugar
Je t’aime j’adore
Um amor nunca se escolhe
Mas sei que vais reparar em mim
Yo te quiero tanto
E converso com o meu santo
Eu rezo e até peço em latim
Quando te encontrar sei que tudo se iluminará
Reconhecerei em ti meu amor,
A minha eternidade
É que na verdade a saudade já me invade
Mesmo antes de te alcançar
É a sede que me mata
Ao sentir o rio abraçar o mar
Sem lágrima caída
Sou dona da minha vida
Sem nada mais nada
De bem com a vida
(Donna Maria)

02 novembro 2007


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,

Quando a noite de manso se avizinha,

E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...

Quando os olhos se me cerram de desejo...

E os meus braços se estendem para ti...

(Florbela Espanca)

23 outubro 2007

Quase Perfeito


Sabe bem ter-te por perto

Sabe bem tudo tão certo

Sabe bem quando te espero

Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava

A tempo de me deliciar

Quase que não chegava

A horas de te abraçar

Quase que não recebia

A prenda prometida

Quase que não devia

Existir tal companhia

Não me lembras o céu

Nem nada que se pareça

Não me lembras a lua

Nem nada que se escureça

Se um dia me sinto nua

Tomara que a terra estremeça

Que a minha boca na tua

Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito

Perdidos num rio sem leito

Que dirá se o tempo nos der

O tempo a que temos direito

Se um dia um anjo fizer

A seta bater-te no peito

Se um dia o diabo quiser

Faremos o crime perfeito.

(Donna Maria)

31 agosto 2007

Se entendesses a cultura...

(Mariza)



Ela que identifica a sociedade
Que marca o espirito de um povo
E intervem naquilo que se define
Identidade.

Talvez,
Não te tenham falado dela...

17 agosto 2007

Entrelaço-me nas discussões

(Pintura de Julio Pomar)


Expresso-me intencionalmente sem te falar

Num manifesto à essência, à arte,

À verdadeira obra de arte que é a vida.


Entrelaçamos palavras nas discussões

Sem fundamentos, designações,

Nem nossas...

De cada um!


O amor era um cenário meu,

Sem para ti sentido...

Nem por ti sentido!



Tivesse a missão de entender o teu ser

Expressar-me com o que te rodeia,

Partir sem saberes de mim ...

21 julho 2007

Tempo



Eterno o tempo que passo fora de mim,
nas horas, anceio o silêncio.
Sistematizo imagens de um passado
na insastifação do presente.

Acordo, nas preocupações
e temo não adormecer.
Permanecer
nesta tortura de sucessões.

12 julho 2007

Descubro que ainda me habitas!



Sentada na noite, revejo as horas passarem,
Comigo, na monotonia da dor.
E se um dia na hora indefinida
Pudesse eu ver o teu regressar!

Haveria um gemido sentido
Que nos embalaria nos braços um do outro,
No silêncio do nosso olhar,
Num abraço profundo, o nosso!

Lembro a insónia insana
Que desaguou na desolação.
Imersa no delírio de te pensar,
Refugio-me!

Nego-me!
Quero parar!

(Parem as repetições
Dos regressos sofridos!
Se somos nós, nada muda!
Condeno-me a inacção!
Enclausuro-me
Que se queimem os sonhos!
Nem só de dor, vive o amor!

Quero paz!
Deixo a ilusão para não me deixar a mim!
Abdico da vitória!
Não me perdi,
Mas quero construir o meu próprio caminho!

O caminho por onde nós não passamos,
Onde não chegamos,
Porque ninguém daí passou!)

26 junho 2007

Bengala

Encosto a bengala entorpecida
enquanto contemplo a felicidade lá fora.
Na ilusão do que por aqui passou, vou!

Insondável frieza que te segura!

Semeio ao vento
tudo me afasta
descalça
sofro no tempo.

Inútil,
será apressar-me
para te ver chegar!

A terra há-de acolher-me,
reconfortar-me,
silenciar a solidão,
um dia!

04 junho 2007

Gostava de me ver de novo brilhar no teu olhar!






O som de uma ultima música bastou
Para embalar os sentimentos adormecidos.
Batiam os corações de quando a quando,
Descontínuos, descompensados,
Perdidos no tempo que passou.

Na terra a única ligação dos dois corpos desertificados!

A poluição mental havia tornado límpido
o sangue que arrefecia o coração.

Em mim, surgiam palavras em frases soltas,
Gritos de dor!

Porquê assim?

Acabaste com o que melhor havia dentro de mim
... sonhos de menina!

Ficaram apenas migalhas soltas ao vento!

Foi, uma janela fechou-se,
já nem vemos sombras do que eramos...

Soluçamos por um carinho,
Reaprendemos para silenciar o que mudo ficou!

Gostava de me ver de novo brilhar
No teu olhar!

16 maio 2007

Finalmente o fim, espero!





No Outono prematuro vem o escurecer
pôr em evidência todo o absurdo,
na sombra sou a escrava pautada pelo destino,
perco-me em mim, em noites de boémia consciente.

Repouso na interrupção dos sonhos,
repouso os olhos que se cansaram de esperar ver-te,
repouso porque se cansaram de chorar-te,
repouso porque há um chá que evapora lentamente.

Uma mistura de sensações,
uma mistura de sentimentos,
uma mistura de sofrimentos,
que baste este chá para adoçar os sentimentos e
afogar os sofrimentos.

Penso às vezes que já saí daqui,
Penso às vezes que nunca sairei...

Esquecer os fantasmas na fé do infinito,
no abstrato indefinido...

Perder-me no destino profundo
deixar-me desdenhar num mundo de tédio,
num pesadelo inútil onde as paredes de nada impedem,
há mais em mim, há a surdez da vida de que me falo.

Oh trage forçado que me convertes,
apeadeiro que não me deixas chegar,
opressão que me penitencias na solidão,
como me puderam um dia amar assim!

Ocorre-me a existência de um farol...
irei, irei até ao fim.

06 maio 2007

Sol



Deito-me no chão como se daqui já não saísse
há dias, ou meses!
Observo as vagarosas nuvens que lembram do tempo.
Haja silêncio para me corroer na memória.
Lá ao fundo o piar das aves, o cantar dos grilos,
Como se eles fossem felizes!

Altera-se a gravidade, posso atirar-me no infinito,
Cair no céu azul, ser abraçada pelo branco puro
e divino das nuvens.
Oh ninfas! Oh guias!
Não era a força da terra que me fazia caminhar,
era o amor!

Com as mãos espalmadas na terra seca, quente,
Enterro os dedos, procuro as raízes
Para que possa segurar-me,
Para que possa, enfim, prosseguir.

Só!
Com um céu mais azul, as nuvens mais vagarosas,
Aguardo o teu partir,
o último minuto deste terror absoluto.
Arrasto-me na poeira, no rosto ficam partículas de terra húmida,
No rasto das lágrimas que secaram.

Foi uma pequena história!
Mas num mundo já tão desgastado de emoções, decepções...
Dias haverá em que não ficarei aqui nas questões:
Que foi que não fiz?
Porque eu sei que não fiz...

O tempo passado irá anular-se subitamente,
Talvez quando as nuvens se forem...
Será isso que queres?
O que é que eu não fiz?
Deixa-me ficar a ver-te partir
Porque haverá sempre um amanhecer,
Pelo menos para ti!

19 abril 2007

No baloiço!




Ouço o som das minhas mãos!
Falam-me da vontade de escrever,
da memória do tempo em que sentia,
da vontade de viver intensamente...
de voltar.

Não interessa o sentido, o entendimento
vou propositadamente escurecendo,
escandalizando os meus valores,
lutando contra o que era.

Enegreço a alma em que não acredito,
embriago os sonhos para que se alterem,
mudem, acrescentem-me algo,
façam-me ver para lá da cegueira.

Jogos de palavras ao ritmo da caneta
que desliza querendo papel,
com a mesma cede que sinto
em querer-me preencher.

Quem vem aí?
O que há para lá do encoberto?

28 março 2007

Tensões



Intensifico totalizando as sensações vividas,
perante a incapacidade da realização
o abatimento, o cansaço num vazio marginal
de todos os momentos incompreendidos.

Sofro fechada em mim,
angustiada pelo desejo,
concretizar um apelo dilacerante,
amar, amar o mundo e a mim...

A frustação total na incapacidade
inadaptada à tua ausência,
exprimo a energia e a força de uma vida.
Impulsos levam-te das emoções,
de mim...
Haverá em ti sensibilidade??? Amor!

25 março 2007

Reflexo


...

Aceitas esta Dança?
Dança comigo
para assim alimentarmos
Nossas mentes,

Adiemos o Desencontro marcado!

Vamos! A lua segue-Nos
num ritmo marcado Dentro de Nós.
Dois passos para a frente,
Dois para trás,
volta,
volta a voltar!

Se Somos iguais,
olho-te num reflexo e penso...

Descupa se te fiz sentir Dor,
Desculpa se os teus medos Desencadiei...
mas ainda temos os Nossos sonhos, a Dois.

Erremos mais
porque isso também é viver!
Aperta a minha cintura,
deixa o teu toque em mim,
marca um ritmo a Dois,

balança,
balança por Nós!

Sonhos Desfeitos



Na mentira de um sentimento
enfrento a dor com o meu próprio fingimento,
sem saber por onde vou,
vou com o gosto do que passou.

Entretenho a razão
num escape psicológico para deixar de sentir,
deixar-te ir...

01 março 2007

Vais...



Esse amor que te evade,
consome,
queima
é meu.

Podes nem entender,
nem querer,
nem por ele fazer
é teu.

Vai porque tens de ir
mas vem
porque quererás vir...

Vem
comigo sorrir.

Quem sabe,
ninguém sabe.

Porque a terra é pouca,
pouca...

Porque o mar evapora,
evapora...

No meu avanço,
avanças...

E eu danço,
danço,
na dança do teu amor.

Nem quem ama se prende,
Nem quem ama segura.

Voemos
entre a terra e o mar.

A dor,
a dor com o calor irá
mas se isto for amor,
esse nem com isso passará.

26 fevereiro 2007

É possível!


Sinto saudade do amor que não conheci
na ausencia o teu sentimento turbo, indefinido.

Selecciono as imagens que quero recordar
para construir aquele que será o verdadeiro!

Acredito, como se ainda fosse possível,
como se acreditar fosse o unico ingrediente preciso
para o nosso amor!

Poderiamos juntos ir mais além,
fazer dos sonhos
a nossa vida...
I THOUGTH THAT THIS TIME WAS THE LAST TIME,
BUT LET'S HOPE IT DOESN'T GET WORSE.

ANYWAY,
I'M MOVING ON
AND LOOKING FOR A BRIGHTER FUTURE.

21 fevereiro 2007

Entre a razão e a paixão




O teu olhar entontece-me
na viagem descrente
onde no infinito te deixo escapar,
na loucura,
entre a pureza do branco da pele,
um pensamento,
o ausente.

Flores pálidas,
pétalas secas,
embolorocidas,
presentes, sempre presente,
lembram-me o gosto de um tempo
que em mim ficou.

O tempo que foi,
as canções que ficaram
para lá das melodias dos dias de amor,
um olhar,
esse eterno,
no fim o teu... o meu,
o nosso sorriso,
cumplice de quem, um dia,
a dois planeou
amar.

16 fevereiro 2007

O Vento...



Sinto a ausência dos teus passos,
há um tempo que fica quando não estás,
um corredor que me leva ao vazio frio.
Ao teu nome em cada verso
Que soletro com o nosso sorriso.

Páginas de nós escritas no vento,
lágrimas que não se podem apagar,
Nem findar o proprio tempo.

Por onde vou?


Experimento as crescentes sensações da tua ausência
sem saber se haverá mais a acrescentar.

Encontro-te nas memórias intensas
que me percorrem os sentidos,
sem me sentir só!
Sem ainda saber estar, sem ti!

Memórias falam-me do que vivemos
sussurram-me ao ouvido um futuro.
Ainda incrédula fecho-me neste claustro
nao me quero ver partir,
resisto por um tempo aqui...

Na resistência procuro-me,
talvez encontre a minha alma,
o meu eu interior,
talvez aí saiba algo de ti,
talvez descubra mais...
uma oportunidade!

Procuro-me a mim para saber de ti...

13 fevereiro 2007


Amarga-me este sofrer

sem entendimento apenas por o querer,

é o reviver do pensamento ausente

do momento em que não foste como presente.



Na imperfeição balanço,

na busca contínua,

na procura do amor...

avanço!

Que Deus me impeça da dor!





09 fevereiro 2007

Nos teus dedos





Procuro o toque dos teus dedos,
Em mais uma noite arrefecida,
Nos teus olhos surgem meus medos,
Nos teus desejos a minha inocência perdida.

Longe vão os tempos em que ateada,
Era capaz de propagar incêndios,
Agora receio qualquer ardor da paixão,
Medos de quem já se viu queimada!

08 fevereiro 2007

NÓS





Falavas-me do cheiro do mar
Numa mistura exótica com o nosso perfume,
Eu, reflectia e na maresia
Via-te de cor noutras paragens.

Como se o tempo que passou
Contasse mais, do que passa,
Estrebuchei, barafustei na ambição,
No querer ser mais para ti.

Subestimo o teu passado
Admirando o que ele fez de ti,
Na memória tenho tudo
O que não tenciono evocar.

Porque haverão sempre momentos por viver,
Porque haverão sempre palavras por dizer,
Porque haverão sempre caminhos a percorrer,
Porque haverá sempre,
Talvez tenhamos Futuro, NÓS!

02 fevereiro 2007

Areia Incerta do Amor




Movemo-nos nas areias da incerteza
No caminho da procura da verdade
O desejo constante consome-nos
E juntos combatemos os medos.

Na ânsia de mais longe chegar
De não tarde partir
De ir
Ir e não voltar.

Queremos amor
Num tempo em que a quantidade de desilusão
Invernou o coração,
Seremos capazes?

Entreguemo-nos sem barreiras;
Abandonemos as redes, saltemos;
Abraçados voaremos,
Caminhemos pelos nossos passos
No desconhecido amemo-nos.

26 janeiro 2007

Desprender...



Se expectativas aprisionam a mente
Os limites condicionam a liberdade.
Confiança, colaboração, cedência
E até talvez, um plano a dois...
Caminhos que desprendem
Levam-nos para longe.

Se ao menos houvesse tempo
Ganharíamos firmeza
Vitalidade, vida...
(Temperamentos demasiado fortes,
Sem vergar podemos quebrar.)

22 janeiro 2007

Com gosto de chá!



Um segundo de ausência
O momento descrito acima da realidade,
Perdemo-nos no vazio que deixamos
Somos no fim da linha, algo.

À tua chegada, a promessa de voltar,
Um olhar.
Á tua partida, o entender da memória,
Um olhar.

Um segundo depois do conflito
ideias soltas, quase fúteis
na realidade, tudo se encaixa:
momento,
mais momento à espera de “algo”...

11 janeiro 2007

Reflexões recolhidas...



Em tempo de cheias:
Tímido, inteligente,
Apreciador da vida e do trabalho.

Num segundo, mas breve contacto:
Gosto pela cultura, clássicos e coisas particulares.
Saudosista!

Ao terceiro olhar:
Sofisticado, caro e também simples!
Amigo fiel, carente, discreto, inseguro,
Ousado mas oportuno.
Com um grande sentido de humor, encantador e carinhoso.

Depois:
Conselheiro, ponderado, cauteloso
E até pessimista!
Um bom coração dentro de uma cabeça
Arrefecida e desapaixonada.

Agora, procuro em ti!
Tranquilidade, paixão e o que mais daí vier...

(Feliz Aniversário!)

10 janeiro 2007

Pedir...



Pudesses tu cruzar os teus passos nos meus,
Caminhar enfim...
Pudesse o infinito ser nosso,
Para então mais pedir!

Além do horizonte, do vazio
Pudesse encher de beijos e carícias,
Para então mais dizer!

Falta cumprir um amanhã,
Pudéssemos nós passar o desconhecido
Ir mais longe, sem partir.
Para então, mais Futuro existir!