
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
(Florbela Espanca)
4 comentários:
Palavras que cantam sem música que se ouça, contando histórias que apenas o coração entende.
a poetisas ue deixaram a sua marca para sempre
grande escolha
Se ele viesse já o teria feito amiga, mas que se um dia o fizer que venha livre, de vontade e pleno em sentimentos.
Quando os teus olhos se fecharem, em desejos ou recordações, ralah com eles, deixa-os bem abertos, olha a vida que existe, e vive.
Minha amiga,
Ele que venha quando desejar, mas que chegue pleno e convicto. Se assim não for, melhor será que não chegue nunca. Vive, amiga, toda essa vida que se estende em teu redor e que deixas passar pelo cansaço dessa espera vã.
Jokitas.
Enviar um comentário