02 novembro 2007


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,

Quando a noite de manso se avizinha,

E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...

Quando os olhos se me cerram de desejo...

E os meus braços se estendem para ti...

(Florbela Espanca)

4 comentários:

Maria José disse...

Palavras que cantam sem música que se ouça, contando histórias que apenas o coração entende.

Pedro Jorge Moreira da Silva disse...

a poetisas ue deixaram a sua marca para sempre
grande escolha

Anónimo disse...

Se ele viesse já o teria feito amiga, mas que se um dia o fizer que venha livre, de vontade e pleno em sentimentos.
Quando os teus olhos se fecharem, em desejos ou recordações, ralah com eles, deixa-os bem abertos, olha a vida que existe, e vive.

Alma Nova ® disse...

Minha amiga,
Ele que venha quando desejar, mas que chegue pleno e convicto. Se assim não for, melhor será que não chegue nunca. Vive, amiga, toda essa vida que se estende em teu redor e que deixas passar pelo cansaço dessa espera vã.
Jokitas.