24 janeiro 2006

Casa





















É o calor das noites de Inverno passadas à lareira,
É o fumo da fogueira na companhia dos avós
E nas histórias sobre as gentes e cultura.
É o riso incompreendido da minha mãe,
É a energia e juventude do meu pai.

Habituei-me às festas,
Às reuniões com acesas discussões,
A mesa farta, o ritual do bem servir,
O melhor vinho à temperatura ideal.

O nervosismo da perfeição que levava a minha mãe à exaustão.
A paciência e o cariz social do meu pai.
A espectadora atenta, a bajulada e admirada...
Era eu.

É difícil partir...
É o deixar muitos sons e sabores.

Otorrino 26


Soa-me melhor o som dos nossos passos juntos,
O som das folhas a estalarem,
O som dos nossos risos,
E como sorrias ao meu lado!

O som das crianças à beira rio,
O som das gaivotas entre os velhos edifícios da cidade,
O som deste sotaque que também faz parte de nós.

O som do trânsito parado,
O som dos nossos sonhos,
E como sonhavas ao meu lado!

Faltou-nos uma música para recordar,
Na memória fica o som das mensagens que trocamos,
O som da tua voz.


Há em mim a necessidade de ouvir de novo,
Já só faltam dois dias para a ida ao otorrino.

23 janeiro 2006

O Cisne



A estrela do mar perdida na imensidão de uma praia deserta
Aguarda o momento em que uma onda mais forte
A salvará.

A criança que à descoberta do mundo
Perde-se das suas raízes
E descobre que era feliz antes de ter partido.

Arriscar é viver,
Dar valor a vida que temos, é saber viver.
Mudar, sempre mas com consciência...

Como uma criança tento enquadrar-me.
Sinto-me o último cisne num universo de patos.
Até agora, já quase perdi a criança
Mas ainda não me consegui integrar.

Sinto-me a flor do deserto,
O arco-íris no dia cinzento,
Sinto-me bela assim...

Se calhar nasci
Para me destacar.

21 janeiro 2006

O depois de um dia triste


























Estou no depois
Tudo se alterou
Tudo vai começar
Tudo terminou...

O que para mim foi tudo
Com o fim do ano acabou.

Preparada para abraçar o mundo,
Para começar mais uma vez de novo.

Não quero ir por aqui,
Já conheço este caminho.


Uma nova manhã,
Uma velha vontade voltou,
Vou ao encontro do que procuro.

Chega de novas visões da mesma vida,
Vou romper com isto e partir.
Vou para onde me chamam.
Sem avisar.

Estou confiante
Na viragem.
Vou encontrar o que procuro longe,
Sei que vou alcançar.

Até ao momento!
Começo a recolher cacos de uma vida partida,
Preparo-me para ela,
A vida,

A partida.

17 janeiro 2006

Um agradecimento



Descobri a cidade quando era o amor que procurava.
Apaixonei-me por Coimbra quando era a ti que chamava.
...

Tanta história para contar e nós ali, sem passado.
...

Sonhos abandonados com o desejo de subirmos monumentais obstáculos.
Quiseste o mundo, eu queria-me a mim...
Conseguimos!
...

Espero que estejas bem amigo,
Estarás comigo em cada pedaço de sushi, em cada floco de neve.
...

Obrigada, lembraste-me quem sou,
Ajudaste-me a descobrir-me,
A libertar-me.
Sou livre.

O tempo está mais frio


Por momentos parei no mesmo local,
Onde esperei reencontrar-te para amar.

O frio lembra-me o tempo que passou,
No rio, o meu reflexo.
O frio também esta em mim,
Perdi o dourado na pele,
Mas os meus olhos reflectem um grande amor.

Só esta cidade me alimenta,
Me preenche,
Me completa.

Só este entardecer me poderia
Lembrar de que estou feliz.

O Sol põe-se no final de um dia
A aquecer o Porto.

Amanhã ele voltará.
Até lá...
O frio preenche-nos.

14 janeiro 2006

Um filme perdido...

























Vivo em contenção de energia
desde a última história perdida,
nesta condição decidi ir ao cinema.
Sim, a tentativa de invernar.

Esqueço por momentos a tela do único filme possível
e observo com toda a discrição as dezenas de filmes ao meu redor.
Eu alí, a iniciar um novo ciclo... e eles!

Todos iguais, alinhados, standardizados,
uniformes nas suas atitudes oprimidas.
Esquecidos do que é amar,
casais adormecidos!
Sobrevivem num estado de invernação contínua...
Procuram nos sonhos de Hollywood aquilo em que deixaram de acreditar.

Sou a única que sonha, aqui nesta tribo,
que acredita, a especial – anormal.
Que medo, como há vida assim?
Eu não posso pertencer a esta espécie animal,
cheia de rotinas e incapacidade.
Triste, sem consciência!

Quero ser como os outros animais que vivem...
o amor como o sonho,
de forma irracional, sem forma,
com química, física e todas as regras do universo.
Sem os contratos dos animais dos humanos,
desumanos, sem sentimentos...

Sonho, sim sonho - com a serenata dos periquitos,
com a dança nupcial dos pavões,
com a marcha de acasalamento dos pinguins...
Sonho com instintos, sintonias sem prazo de duração,
os verdadeiros chamados da natureza que se incendeiam dentro de nós.

O fogo, a água, o ar, a terra, tudo é tão simples
Tudo é tão belo,
assim era a vida se não quiséssemos invernar...

13 janeiro 2006

Só tu!




















Só tu tens o dom de inverter o mundo,
tornando-o mais doce, mais justo e positivo.
Contigo o amanhecer é diferente!
És a admirável pessoa que eu invejo,
Com uma personalidade forte e vincada,
Mas também sensível e delicada, com o sabor do mel.

Tens ouro dentro de ti,
A tua elegância dá esse brilho natural
Com que transmites paz e amor.
Ao teu lado é mais fácil encontrar o caminho para a felicidade.

Gostava de saber onde foste buscar esse amor
Que transborda dentro de ti.
Nas tuas histórias os amores são esquecidos,
Deixados para trás, para um dia...
Se nem eu te conheço,
Nem a mim disseste o que era sentido.

Representas pelos palcos,
Crias cenários para os teus dramas românticos,
Pensas em cada condimento
Na tentativa de te proporcionar a mais bela história de amor.
É com isto que sonhas...

No desfecho de mais ilusão de amor,
Utilizas o sal das tuas lágrimas para condimentar
A cena seguinte do teu novo texto.


Até quando serás a realizadora da minha vida?

12 janeiro 2006

Para viver é preciso ter sorte... Se não sobrevive-se!




Sou a heroina da minha mente, quem não se deixou apagar.
A estrela na noite de Lua Cheia, que brilha pelos seus ideais e ilumina o seu futuro.
Sobrevivo em mais uma noite fria de solidão apetecida,

É o silenciar do meu coração, o acreditar num sonho escondido.
...

Folheio as paginas da minha vida, ainda há tanto a fazer.
Releio as alturas em que não quis ser feliz...
Folheio a minha vida e vejo os capítulos a passarem...
Muitos sonhos perdidos, muitos sonhos a cumprir, muito para viver.
...

Esta tudo em aberto – façam as opções, eu fiz as minhas!
Tento não viver com as apostas dos outros,
tento sobreviver com as minhas!


10 janeiro 2006

Sem o corpo e mente...



Sentada na esplanada em que adoravas deliciar calmamente o teu pastel de nata,
sinto os raios de sol por entre as nuvens carregadas de mais um Inverno sem ti.
O calor do sol leva-me até ao inconsciente, esqueço-me de mim.

Deixo-me levar e vou perdendo o meu corpo...
As nuvens aproximam-se...

Há menos cores daqui, menos pormenores,
Tudo se reduz a uma grande mancha verde.

Cabe a nós ver nela o que queremos...

Assim é a vida, ampliamos o que queremos ver, chegamos a ver o que nunca existiu.
O que não queremos ver diminuímos e esquecemos o que um dia vimos.
Mentimos aos nossos olhos, efusivamente.

O sol desapareceu, ficou frio de repente, sinto mais a tua falta...
Ah!Sim, voltei,
Sou eu!

08 janeiro 2006

Renascer...


Quero-me encontrar!
Correr na praça, dançar entre a multidão, assistir ao meu renascer,
Ver de novo a minha alegria.

Quero abandonar quem me faz sofrer!
Quero correr até ao amanhecer
De um novo dia...

Há um chamamento para florescer!
A minha natureza relembra-me quem sempre fui,
a sonhadora.

Inicia-se um novo ciclo,
Sorrio-lhe com a inocência de uma criança.
Sinto a energia da vida.

07 janeiro 2006

E se ao menos... viesse um novo dia!


Era o acordar ao teu lado para um novo dia... o nosso dia!

Era a tua oportunidade de viver,

de sonhares, de acreditares em ser feliz.

Como podes querer estar preso a um passado castrante?

Preferes o sofrimento, também tu aprendeste a amá-lo.

Tudo o resto são desculpas...

Culpas o mundo pela tua falta de coragem,

não tens coragem de mudar.

Procuras a mãe, não a mulher da tua vida.

Conheci-a, uma mulher encantadora que te ama

e vai-te amar sempre.

Dás-lhe tão pouco.

É baseado nessa história que vejo todas as outras,

a quem amas dás uma garantia de duração... e esqueces.

Amar é mais...

É lutar todos os dias,

é acreditar,

é alimentar,

é sonhar,

surpreender

e acima de tudo fazer o outro feliz.

É no reflexo dessa felicidade

que está a felicidade de quem ama.

Eu amo-te, quero-te ver feliz.

06 janeiro 2006

Le "fast food"

Sempre... é a palavra que aprendi a ignorar contigo!
Vou estar contigo sempre, para sempre...
...
Quem amei, o que é amar?
Quem ficou? Quem está? Quem fica?
...
Os amigos... este é o único amor que conheço!
...
Tudo o resto são momentos, alguns intensos e que não engordam,
mas que também não me fazem bem por muito tempo.
...
Escrevia o teu nome amiga, escrevia o teu nome amigo...
mas prefiro-te convidar para mais uma tarde juntas/os num solar, num chá...
á beira mar, contigo sempre!
...
Depois, vamos falar dos hamburguers, das pizzas e
da quantidade de pipocas que temos de comer.
...
No final... foi outra vez fast food.
Bem! Bora lá para a dieta!!!