14 janeiro 2006

Um filme perdido...

























Vivo em contenção de energia
desde a última história perdida,
nesta condição decidi ir ao cinema.
Sim, a tentativa de invernar.

Esqueço por momentos a tela do único filme possível
e observo com toda a discrição as dezenas de filmes ao meu redor.
Eu alí, a iniciar um novo ciclo... e eles!

Todos iguais, alinhados, standardizados,
uniformes nas suas atitudes oprimidas.
Esquecidos do que é amar,
casais adormecidos!
Sobrevivem num estado de invernação contínua...
Procuram nos sonhos de Hollywood aquilo em que deixaram de acreditar.

Sou a única que sonha, aqui nesta tribo,
que acredita, a especial – anormal.
Que medo, como há vida assim?
Eu não posso pertencer a esta espécie animal,
cheia de rotinas e incapacidade.
Triste, sem consciência!

Quero ser como os outros animais que vivem...
o amor como o sonho,
de forma irracional, sem forma,
com química, física e todas as regras do universo.
Sem os contratos dos animais dos humanos,
desumanos, sem sentimentos...

Sonho, sim sonho - com a serenata dos periquitos,
com a dança nupcial dos pavões,
com a marcha de acasalamento dos pinguins...
Sonho com instintos, sintonias sem prazo de duração,
os verdadeiros chamados da natureza que se incendeiam dentro de nós.

O fogo, a água, o ar, a terra, tudo é tão simples
Tudo é tão belo,
assim era a vida se não quiséssemos invernar...

2 comentários:

Folha|em|Branco disse...

Nunca, por momento algum, deixes de acreditar, e sonhar. Está dentro de nós a força de tudo o resto!

"Don´t stop moving,
You must keep on going
Don´t you stop believing
You should go on dreaming

´Cause it´s people like you that make the world go..."

Coldfinger

Anónimo disse...

pois é... paramos e tudo à volta continua inanimado!! Na multidão inerte surge a voz interna, emergindo a consciência!! Mas o instinto, como dizem os meus companheiros biólogos, verifica-se nos animais. Então que espécie somos nós que tende a colocar-se num clado à parte de todos estas maravilhas da vida, que conosco partilharam a sua evolução? É na simplicidade que reside o Amor...