10 janeiro 2006
Sem o corpo e mente...
Sentada na esplanada em que adoravas deliciar calmamente o teu pastel de nata,
sinto os raios de sol por entre as nuvens carregadas de mais um Inverno sem ti.
O calor do sol leva-me até ao inconsciente, esqueço-me de mim.
Deixo-me levar e vou perdendo o meu corpo...
As nuvens aproximam-se...
Há menos cores daqui, menos pormenores,
Tudo se reduz a uma grande mancha verde.
Cabe a nós ver nela o que queremos...
Assim é a vida, ampliamos o que queremos ver, chegamos a ver o que nunca existiu.
O que não queremos ver diminuímos e esquecemos o que um dia vimos.
Mentimos aos nossos olhos, efusivamente.
O sol desapareceu, ficou frio de repente, sinto mais a tua falta...
Ah!Sim, voltei,
Sou eu!
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2 comentários:
É tão perigoso esse misto de visões que nos criamos quase mecanicamente, como quem quer viver o que não existe. E se por momentos tudo se torna transparente aos nossos olhos, custa tanto o que é real...
memórias!! moldam a nossa vida... constroem a nossa visão. E a vida chama por nós...
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