31 março 2006

Promessa de Amor




Troquei o Sol da manhã
Pelo luar na Serra que te dei a conhecer,
Observo a Cidade que juntos vimos acordar.
O Rio leva a minha Solidão
Até ao Mar que nos separa.

É o luar que nos une por esta noite
É a esta lua imensa que prometi Amar.

30 março 2006

A ti... Que estás em mim!



Entre os sonhos perdidos
Ainda presentes na memória, flutuo.
Aqui amo como amei.
Sou a flor que escolheste no jardim da Praça.

De cor clara como noutros tempos,
Agora apagada por traços de expressão.
Marcas do tempo que passou
(Da dor dentro de mim).

Há caminhos, pontes, monumentos,
Momentos que não me deixam.
Marcam o nosso passado.
Tudo aquilo que está cravado em mim
E me consome.

Traí-me, traí-te...
Não segui o meu coração e fui.

Deixei de lado o coração por achar que ele não via,
Usei os olhos e então deixei de te ver.
Sinto que foi para sempre.

Agora, encontro-te dentro de mim...

No meu coração para sempre!

18 março 2006

Praça Arrefecida

Cadeiras amarelas abandonadas à toa numa praça arrefecida,
Aguardam as nuvens passar,
Aguardam, até ao momento em que brilhará um reflexo no lago gelado.
Deve ainda ser cedo...

Não me apetece esperar, continuo...

Estás numa cidade adormecida por sons mecânicos,
Um ruído de frustração e incompreensão.

Pessoas adormecidas que anseiam amar para renascer
Por uns meses, anos...
O fetiche do parceiro perfeito imperfeito sempre encantado
Que os levará até ao vale do amor,
Para finalmente mudar-lhes a vida para sempre.
Almofadas sustentam vidas cinzentas, sem brilho, sem cor... com dor.

Animais perdidos com rosto baixo, abandonados,
Vagueiam preparados para amar intensivamente o próximo dono.
Ansiosos por uma coleira que lhes dê segurança, estabilidade, equilíbrio...
Que os prenda a vida.
Seres inanimados à procura do reflexo em si do amor.
Sobreviventes sem vida,
Maus amantes, errantes...
Que só não sabem amar-se!

Ah! Se amassem-se!
Iriam acordar...
Iriam ver...
Iriam amar...
Iriam ser amados...
Iriam viver...

07 março 2006

Sofrer




Quis sofrer ao teu lado
despertaste em mim um
Eu interior desconhecido.
Estou completa, é melhor assim.
Surpreendo-me a cada esquina,
vejo tudo diferente, vejo mais,
sinto mais...

Desta vez vou mais longe!
Vou mais alto!

O medo não me impede de sofrer,
apenas de viver...





Lisboa fica linda quando se despede
Do Sol...
No Tejo, o reflexo dos últimos raios do teu calor.
Dá-me vontade de ficar
Por entre os sonhos de um amor esquecido.

Bairro Alto, o Cravo e Canela da vida,
Frágil momentos de amor e esperança.

Só por hoje, o Sol não volta!
Não te posso ter mais aqui...
Recomponho-me,
enrolo-me no xaile aquecido
e serenamente espero o teu sinal de mudança.