21 julho 2007

Tempo



Eterno o tempo que passo fora de mim,
nas horas, anceio o silêncio.
Sistematizo imagens de um passado
na insastifação do presente.

Acordo, nas preocupações
e temo não adormecer.
Permanecer
nesta tortura de sucessões.

12 julho 2007

Descubro que ainda me habitas!



Sentada na noite, revejo as horas passarem,
Comigo, na monotonia da dor.
E se um dia na hora indefinida
Pudesse eu ver o teu regressar!

Haveria um gemido sentido
Que nos embalaria nos braços um do outro,
No silêncio do nosso olhar,
Num abraço profundo, o nosso!

Lembro a insónia insana
Que desaguou na desolação.
Imersa no delírio de te pensar,
Refugio-me!

Nego-me!
Quero parar!

(Parem as repetições
Dos regressos sofridos!
Se somos nós, nada muda!
Condeno-me a inacção!
Enclausuro-me
Que se queimem os sonhos!
Nem só de dor, vive o amor!

Quero paz!
Deixo a ilusão para não me deixar a mim!
Abdico da vitória!
Não me perdi,
Mas quero construir o meu próprio caminho!

O caminho por onde nós não passamos,
Onde não chegamos,
Porque ninguém daí passou!)