13 abril 2006

Raízes


























As raízes que me sustentam,
A infância de onde vim
São a minha essência.
Venho daqui, de dentro da natureza.

Cresci a ouvir os sons dos pássaros no alto,
As aguas acariciavam-me os pés nas
Tardes quentes da primavera.

Sempre reconheci a força que brota da mais pequena flor.

São os campos da minha infância
Que me alimentam o pensamento.

Corre em mim o sangue de agricultores sábios,
De quem cedo descobriu de onde vimos e para onde vamos.
(Os ciclos da natureza!)

Assim como no campo o repouso evita a esterilidade,
Eu espero o momento.
A terra fértil precisa
Do tempo certo para o cultivo,
Assim é a vida
Um momento.

Aprendi a entender a vida na natureza
Com os meus avós...
É preciso por vezes esperar para colher o fruto mais saboroso.

A ambição na terra leva à ruptura, à desertificação.
O quanto esperei... para colher a minha primeira maça.
Até hoje sinto aquele gosto verde, ácido que me marcou.

A árvore esquecida deixou de dar frutos
E foi condenada ao fim.
Eu perdi-a!


(dedico estas palavras aos meus avós e a única arvore que plantei)

2 comentários:

Anónimo disse...

Entendo vc e me entendo.
Vejo nas suas palavras um reflexo do que não disse.
Houve muita coisa que não disse,
talvez...
nesse momento de que vc tanto fala e espera.
Um abraço e fica com Deus

Anónimo disse...

Muito bonito este post. Subscrevo, embora a vivência seja diferente... mas há tanto aqui que relembro e que me fala...*